Cenário de extrema fragmentação vai exigir atenção redobrada dos dirigentes partidários
Lideranças partidárias dizem que é cedo para falar das próximas eleições, mas nos bastidores já estudam coligações ou candidaturas próprias para o Palácio Iguaçu
Curitiba - No discurso dos políticos eleitos e dos derrotados, também na avaliação divulgada pelas legendas partidárias, já dá para antever quais ''cartas na manga'' estão sendo guardadas para 2014. Num cenário de extrema fragmentação política, com seis partidos dividindo fatias significativas do eleitorado paranaense, a busca das vagas majoritárias e proporcionais no Paraná e Congresso Nacional exigirá atenção redobrada dos dirigentes partidários.
Apesar da visão positiva difundida pelo presidente estadual do PSDB, Valdir Rossoni, e pelo governador Beto Richa, franco candidato à reeleição, os tucanos saíram feridos do pleito municipal. Ganharam o maior número de prefeituras (75), mas concentradas em municípios pequenos, que somam apenas 854 mil eleitores e um ''bolo orçamentário'' de R$ 1,36 bilhão. O PSD, por exemplo, mesmo recém-criado, e saindo das urnas com menos da metade de prefeitos que os tucanos (36), obteve indicadores melhores, pois administrará cidades que somadas têm 988 mil eleitores e R$ 1,5 bilhão de receita orçamentária.
''Estabelecemos uma estratégia eleitoral que tinha como linha dorsal um projeto aliancista, a fim de fortalecer todos os partidos da base governista. O propósito era prestigiar todos os aliados, sem favorecimentos e sem discriminações. E fomos vitoriosos'', declarou Beto, logo após os resultados do segundo turno. O tucano considera ter vencido em 75% dos municípios do Paraná, mas a conta não fecha, pois considera resultados obtidos por PMDB e PDT, por exemplo, que ainda podem optar por uma aliança com o PT da ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, por exemplo.
Para manter a ''lealdade'' do projeto de alianças, além da composição da Mesa Diretora da Assembleia Legislativa (AL) do Paraná, fatiada entre a base de apoio do governo, Beto conta com um orçamento de R$ 33 bilhões para o próximo ano, mexidas no secretariado, além da vaga ao Senado e a vice na composição pelo governo do Paraná. ''É muito cedo para falar em eleição. Falar de vice, então, é desrespeitar Flávio Arns'', disse Ademar Traiano (PSDB), líder de Beto na AL. Ao mesmo tempo que não esconde seu descontentamento com as críticas feitas pelo senador Alvaro Dias à forma como o partido comportou-se nas eleições municipais, Traiano não esconde o desejo de ver o PMDB na composição do Palácio Iguaçu em 2014.
Nesta equação, aliás, o trio de senadores do Paraná é a grande fonte de problemas ao projeto do tucanato. Começa justamente por Alvaro Dias, cujo mandato acaba em 2014. Dentro da política de alianças escolhida por Beto, que já custou ao PSDB a prefeitura da capital, a vaga ao Senado é uma carta importante para ser negociada com outros partidos, mas pertenceria a Dias. Apesar das divergências com o partido localmente, o desempenho do senador no Congresso Nacional tem rendido dividendos políticos aos tucanos, enfraquecidos por outras derrotas inesperadas, como na cidade de São Paulo.
Outro nó na garganta de Beto é o efeito de Requião dentro do PMDB, pois seu desafeto político já mostrou desejo de disputar o Palácio Iguaçu contra ele. Até mesmo o deputado Romanelli (PMDB), destacado pelo PSDB para atar essa aliança, tem especulado uma candidatura própria, desde que não fosse o ex-governador. ''É muito cedo. O partido vai resolver isso só bem depois'', desconversa Romanelli.
De Brasília, ecoa a voz do deputado federal João Arruda (PMDB), sobrinho de Requião. ''Quanto à disputa pelo governo, no fim deste ano a convenção (estadual da legenda) será uma excelente oportunidade para que o partido tome posição: um nome próprio ou coligações'', diz. Derrotado em Maringá, o deputado estadual Ênio Verri (PT) adianta que a legenda ainda vai discutir o assunto internamente, mas que se Gleisi Hoffmann acenar com a candidatura, obterá apoio da maioria da sigla. Tadeu Veneri (PT) concorda, apesar de pertencer a outra ala do partido. ''Essas eleições serviram para derrubar o mito de que reeleição é algo fácil'', analisou o político.
Os dois petistas referiram-se a Osmar Dias (PDT) como uma opção ao governo do Paraná. O deputado estadual Nelson Luersen, do PDT, concorda. ''Osmar sempre foi muito agregador, poderia compor uma frente ampla para disputar o Palácio Iguaçu'', declara. Perguntado se isso incluiria o PT, Luersen muda de assunto. O crescimento do PDT nessas eleições deveu-se também a um jogo de alianças dúbio. Em Curitiba, estão com Gleisi Hoffmann. Já nas cidades de Cascavel, Pato Branco e Umuarama, os pedetistas venceram com vices tucanos.
Apesar da visão positiva difundida pelo presidente estadual do PSDB, Valdir Rossoni, e pelo governador Beto Richa, franco candidato à reeleição, os tucanos saíram feridos do pleito municipal. Ganharam o maior número de prefeituras (75), mas concentradas em municípios pequenos, que somam apenas 854 mil eleitores e um ''bolo orçamentário'' de R$ 1,36 bilhão. O PSD, por exemplo, mesmo recém-criado, e saindo das urnas com menos da metade de prefeitos que os tucanos (36), obteve indicadores melhores, pois administrará cidades que somadas têm 988 mil eleitores e R$ 1,5 bilhão de receita orçamentária.
''Estabelecemos uma estratégia eleitoral que tinha como linha dorsal um projeto aliancista, a fim de fortalecer todos os partidos da base governista. O propósito era prestigiar todos os aliados, sem favorecimentos e sem discriminações. E fomos vitoriosos'', declarou Beto, logo após os resultados do segundo turno. O tucano considera ter vencido em 75% dos municípios do Paraná, mas a conta não fecha, pois considera resultados obtidos por PMDB e PDT, por exemplo, que ainda podem optar por uma aliança com o PT da ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, por exemplo.
Para manter a ''lealdade'' do projeto de alianças, além da composição da Mesa Diretora da Assembleia Legislativa (AL) do Paraná, fatiada entre a base de apoio do governo, Beto conta com um orçamento de R$ 33 bilhões para o próximo ano, mexidas no secretariado, além da vaga ao Senado e a vice na composição pelo governo do Paraná. ''É muito cedo para falar em eleição. Falar de vice, então, é desrespeitar Flávio Arns'', disse Ademar Traiano (PSDB), líder de Beto na AL. Ao mesmo tempo que não esconde seu descontentamento com as críticas feitas pelo senador Alvaro Dias à forma como o partido comportou-se nas eleições municipais, Traiano não esconde o desejo de ver o PMDB na composição do Palácio Iguaçu em 2014.
Nesta equação, aliás, o trio de senadores do Paraná é a grande fonte de problemas ao projeto do tucanato. Começa justamente por Alvaro Dias, cujo mandato acaba em 2014. Dentro da política de alianças escolhida por Beto, que já custou ao PSDB a prefeitura da capital, a vaga ao Senado é uma carta importante para ser negociada com outros partidos, mas pertenceria a Dias. Apesar das divergências com o partido localmente, o desempenho do senador no Congresso Nacional tem rendido dividendos políticos aos tucanos, enfraquecidos por outras derrotas inesperadas, como na cidade de São Paulo.
Outro nó na garganta de Beto é o efeito de Requião dentro do PMDB, pois seu desafeto político já mostrou desejo de disputar o Palácio Iguaçu contra ele. Até mesmo o deputado Romanelli (PMDB), destacado pelo PSDB para atar essa aliança, tem especulado uma candidatura própria, desde que não fosse o ex-governador. ''É muito cedo. O partido vai resolver isso só bem depois'', desconversa Romanelli.
De Brasília, ecoa a voz do deputado federal João Arruda (PMDB), sobrinho de Requião. ''Quanto à disputa pelo governo, no fim deste ano a convenção (estadual da legenda) será uma excelente oportunidade para que o partido tome posição: um nome próprio ou coligações'', diz. Derrotado em Maringá, o deputado estadual Ênio Verri (PT) adianta que a legenda ainda vai discutir o assunto internamente, mas que se Gleisi Hoffmann acenar com a candidatura, obterá apoio da maioria da sigla. Tadeu Veneri (PT) concorda, apesar de pertencer a outra ala do partido. ''Essas eleições serviram para derrubar o mito de que reeleição é algo fácil'', analisou o político.
Os dois petistas referiram-se a Osmar Dias (PDT) como uma opção ao governo do Paraná. O deputado estadual Nelson Luersen, do PDT, concorda. ''Osmar sempre foi muito agregador, poderia compor uma frente ampla para disputar o Palácio Iguaçu'', declara. Perguntado se isso incluiria o PT, Luersen muda de assunto. O crescimento do PDT nessas eleições deveu-se também a um jogo de alianças dúbio. Em Curitiba, estão com Gleisi Hoffmann. Já nas cidades de Cascavel, Pato Branco e Umuarama, os pedetistas venceram com vices tucanos.
José Lazaro Jr.
Reportagem Local
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