O deputado federal Delegado Protógenes (PCdoB-SP) desembarcou em Brasília já recolhendo as assinaturas para instalação da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) que tem o objetivo de investigar o processo de privatizações realizado durante o governo Fernando Henrique. A motivação veio da publicação do livro Privataria Tucana, do jornalista Amaury Ribeiro Junior, que o deputado classificou como um “importante documento”.
Kerison Lopes
Segundo o deputado, livro é "importante documento"
Segundo o
deputado, em conversa com o presidente da Câmara dos Deputados, Marco Maia
(PT-RS), durante o almoço desta terça-feira (13), ele recebeu a garantia que se
recolhida as assinaturas com o quórum necessário (171 assinaturas), a
presidência vai instalar imediatamente a CPI da Privataria. “Isto nos dá uma
responsabilidade muito grande, pois é um compromisso com o Brasil colocar essa
verdade a tona”.
Protógenes relatou que asssim que chegou em Brasília já
recolheu várias assinaturas apoiando a iniciativa. “Eu tenho aqui assinaturas de
deputados do PT, do PCdoB, do PV, do PSB, do PMDB e de outros partidos”. O
deputado acabara de entrar no Congresso, onde participa de uma audiência da
Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania, e espera ainda durante essa
tarde recolher mais assinaturas.
Conhecedor privilegiado de muitos dos
personagens do livro, como o banqueiro Daniel Dantas [a quem meteu na cadeia por
duas vezes e o ministro Gilmar Mendes tirou], Prótogenes disse que o livro
revela, com uma farta documentação, um esquema do uso de dinheiro das
privatizações, ocorridas nos anos de 1990, para beneficiar políticos e seus
apadrinhados. “Estas denúncias configuram real ameaça à realização da República
nos seus moldes constitucionais”.
Segundo Protógenes, os documentos
secretos da CPI do Banestado, que o livro trouxe ao público, demonstram a
existência do “maior esquema de lavagem de dinheiro já detectado no Brasil” cujo
personagem principal é o ex-governador de São Paulo José Serra, candidato
presidencial derrotado em 2002 e 2010 e 2010, e tem como mentor o seu
ex-tesoureiro de campanha, Ricardo Sérgio de Oliveira.
De Brasília,
Kerison Lopes
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